Análise documental e entrevista individual.
O Mestrado em História e Patrimónios do Departamento em História, Artes e Humanidades da Universidade Autónoma de Lisboa apresenta-se como uma ferramenta pragmática para os desafios do século XXI, combinando dentro de cada unidade curricular problemas atuais, temáticas tradicionais, métodos convencionais e abordagens inovadoras. Com uma estrutura assente nas linhas de trabalho de mais de uma dezena de centros de investigação que acolhem um corpo docente altamente qualificado, numa vasta rede de protocolos com empresas e entidades e na Cátedra de História e Cultura Luso-Brasileira, o curso permite a produção, com o mesmo alto grau de qualidade e utilidade de uma dissertação de mestrado, um projeto de trabalho ou de um estágio, de acordo com o perfil, objetivos e plano de carreira de cada aluno. Os padrões do Mestrado estão perfeitamente alinhados com a Declaração de Lisboa sobre Humanidades, Investigação Aberta e Inovação redigida durante a Conferência Europeia das Humanidades, em 2021, pelo CIPSH-UNESCO (International Council for Philosophy and Humanistic Studies).
Situada no coração de Lisboa, mesmo junto ao Marquês, a Universidade Autónoma de Lisboa é a mais antiga universidade privada de Portugal. Desde a sua fundação que a Universidade Autónoma oferece uma gama de formações avançadas na área de História, cuja taxa de empregabilidade de 94%* demonstra a qualidade e o sucesso dos seus programas.
* Dados obtidos pela Direção Geral de Estatísticas de Educação e Ciência junto do IEFP e consultados em fevereiro de 2021.
Plano Curricular
A interdisciplinaridade da História e da Arqueologia promove a multiplicação de recursos na prática da investigação, sistematizando os seus princípios e processos e organizando a lógica das ideias e dos argumentos. O conhecimento de métodos de registo, sistematização e análise de conteúdos, o processamento interpretativo obriga à compreensão dos processos e estratégias de desenvolvimento de programas de investigação. A elaboração de projetos de investigação em História e em Arqueologia exercita uma prática profissional, na promoção de estudos e na formulação de problemáticas com vista à valorização e salvaguarda do património cultural. Aos discentes é fortemente sugerida a criação e difusão do conhecimento científico sendo necessário desenvolver competências para a difusão e partilha diferenciada dos processos em estudo sempre com elevado espírito crítico. São ministrados conhecimentos, usadas ferramentas e meios de pesquisa para esse exercício, fornecendo competências na gestão da informação, formulação, interpretação e publicação de resultados. Os conhecimentos a adquirir com base nos conteúdos programáticos serão de aplicabilidade diária e prática com vista à permanente aquisição de recursos para gestão, análise, interpretação e divulgação do conhecimento histórico e arqueológico.
Património Arqueológico I
6 ECTS
Só é possível gerir o património arqueológico e fazer o seu correto enquadramento territorial quando, primeiro, foram feitos os estudos que o permitem compreender. Por isso, os conteúdos a abordar nesta unidade curricular terão como objetivo garantir, por um lado, o conhecimento das ferramentas multidisciplinares adequadas a esse estudo e, por outro, a capacidade prática de as aplicar. Assim, serão focadas as abordagens de investigação que exploram a relação do ser humano com o território, o clima, o ambiente e as paisagens, quer enquanto caçador-recoletor, como mais tarde nas suas múltiplas formas de antropização do território.
Esta unidade curricular visa, assim, a aquisição de competências teórico-práticas para o exercício efetivo e profissional de atividades de investigação interdisciplinar sobre o património arqueológico, independentemente da sua cronologia, região ou implantação, que poderão alicerçar o trabalho de projeto, de estágio ou a dissertação de Mestrado.
Gestão do Património
6 ECTS
Por que temos de gerir o património cultural?
Com esta pergunta iniciamos a unidade de Gestão do Património, que tem como objetivos principais a identificação dos diferentes valores do património atribuídos por uma comunidade, dando-se, de igual modo, relevância às práticas de interpretação, catalogação e musealização, como ponto de partida para a sua valorização, salvaguarda e (re)utilização. Além da compreensão do seu valor económico e dos meios de divulgação dos elementos patrimoniais, pretende-se ainda que os alunos adquiram os princípios basilares da gestão aplicados a este domínio, no âmbito das instituições museológicas, das autárquicas e associações, das fundações, agências e operadores turísticos que se dediquem à modalidade do turismo cultural.
Numa resposta rápida à pergunta atrás colocada, com a frequência desta unidade curricular compreenderás que a gestão do património é essencial para:
- a) evitar os perigos que afetam a integridade física e estética;
- b) obter do património rentabilidade social (cultural e económica) sem detrimento da sua integridade;
- c) evitar os perigos da sua utilização como recurso económico;
- d) administrar de modo adequado e eficaz outros recursos extrapatrimoniais, ligados à sua conservação e difusão (recursos humanos, espaços e equipamento, etc.).
Promove o conhecimento das principais correntes conceptuais relativas ao Património Artístico Português, desde a definição dos conceitos, da evolução das políticas de intervenção cultural e científica. Aquisição de capacidades de atualização permanente, nomeadamente nos domínios da identificação, inventário, classificação, conservação, restauro e divulgação do património artístico, monumental, móvel e imaterial, nos séculos XIX e XX.
Os mestrandos desta unidade curricular terão competências de aplicação transversal das teorias do património, de aquisição e de atualização permanente no domínio científico, aplicada à Cultura e ao Património Artístico, fundamentais para o desenvolvimento de processos de investigação e interpretação rigorosa das grandes questões em matéria patrimonial e respetiva resolução, em sede profissional, constituindo um instrumento de referência para, entre outras entidades, autarquias, museus e centros interpretativos e culturais.
As Humanidades digitais permitem uma interdisciplinaridade essencial para o enriquecimento da produção de ciência, cruzando várias áreas do saber.
As ferramentas digitais influenciam o modelo de ensino e o modo como decorre a investigação, potenciando o uso de novas metodologias, fomentando um novo pensamento através do cruzamento das humanidades e da tecnologia, criando um sistema que corresponda aos interesses do aluno, enriquecendo o seu processo de investigação.
Esta UC possibilitará que o aluno adquira novas competências que o tornarão apto a utilizar as tecnologias como ferramenta indispensável na realização dos trabalhos de investigação, estágio e de projetos. Esta nova abordagem culminará em investigações inovadoras e criativas, potenciadas pela utilização dessas ferramentas, tornando-se uma UC cuja proposta de formação é atual e pertinente. A aprendizagem focará novas abordagens, através de metodologias digitais, e apresentará resultados inovadores (p.e. criação de bases de dados, timelines, imagens tridimensionais, mapas, vídeos).
Com a Unidade Curricular de História e Cultura Empresarial e Organizacional pretende-se evidenciar o papel das empresas e organizações no âmbito da História Contemporânea, ao longo das quatro Revoluções Industriais, ocorridas nos últimos dois séculos.
Para além de os formandos se familiarizarem com os métodos de investigação e de comunicação nesta área científica, pretende-se ainda que consigam distinguir a História Empresarial como ciência (“História da Empresa”) da História Empresarial aplicada (“História na Empresa”), considerando-a como instrumento de gestão estratégica.
Serão sensibilizados para a preservação e utilização dos arquivos de empresa ou de organização, como elementos imprescindíveis para a elaboração da respetiva história, não esquecendo ainda a salvaguarda do património – cultural, científico, tecnológico e industrial –, inerente à sua atividade. Os formandos também adquirirão competências que lhes permitirão dar um futuro ao passado, no âmbito da empresa ou organização onde exercem ou virão a exercer a sua atividade profissional.
O desenvolvimento económico, no âmbito das Revoluções Industriais, desde as últimas décadas do século XVIII, deixou-nos numerosos e diversificados testemunhos – o Património Industrial – que se revestem de diversos tipos de valores: culturais, identitários, estéticos e económicos. Com a desindustrialização e urbanização, esse património encontra-se ameaçado e, em muitos casos, tem vindo a desparecer, por interesses económicos, incúria ou desconhecimento.
Com a unidade curricular Arqueologia e Património Industrial os formandos adquirem conhecimentos e competências que lhes possibilitam o seu estudo, identificação, localização, preservação e reutilização. Estações ferroviários desativadas e material circulante, antigos mercados ou centrais elétricas podem ser requalificados e contemplados, através da museologia ou in situ, dando-lhes assim uma segunda vida. A exploração deste novo “território” historiográfico revelar-se-á da maior utilidade no percurso académico, na elaboração da dissertação ou, caso seja essa a opção tomada pelo/a mestrando/a, na realização do estágio e na futura atividade profissional.
Incidindo essencialmente sobre as noções, agentes e práticas da salvaguarda e valorização do património histórico-artístico entre os séculos XIX e a contemporaneidade, a Unidade Curricular de Património Artístico Português II propõe uma reflexão informada pelos mais recentes paradigmas teóricos e por moldura internacional sobre a arte portuguesa enquanto bem cultural ou bem “patrimonializável”. Tendo como terreno de aplicação teórica a arte portuguesa considerada em sentido amplo, onde cabem realidades tangíveis e intangíveis, de natureza histórica ou cripto-histórico, de origem europeia ou extraeuropeia, de produção antiga ou contemporânea, visa, especificamente, promover a discussão e a investigação em torno dos bens artísticos enquanto fator de memória e identidade e fornecer ferramentas teórico-práticas para a preservação desse acervo patrimonial em contexto profissional, no âmbito nomeadamente da museologia, da mediação cultural e da reabilitação do edificado.
A UC tem por objetivo caracterizar e analisar os efeitos do turismo cultural na reconfiguração social, económica e material do património, sendo essa noção entendida num sentido lato e plurifacetado. A UC pretende antes de mais apreender a identificar e caracterizar o Turismo Cultural e suas especificidades. De uma maneira mais abrangente, oferece uma compreensão geral da história do turismo e das práticas turísticas, examinando criticamente as condições sociais e políticas da emergência da noção de turismo cultural ou patrimonial. Com essas UC, os alunos vão finalmente adquirir competências a nível operacional e prático. Desenvolverão capacidades de gestão e organização, no âmbito da conceção e organização de rotas e itinerários turísticos e da execução de materiais pedagógicos de apoio. A UC abre a uma reflexão teórica e a um conhecimento mais prático, que poderão ser mobilizados tanto no âmbito da elaboração da dissertação de Mestrado, como no trabalho de projeto ou de estágio.
Património Arqueológico II
6 ECTS
A arqueologia em todos os seus domínios de intervenção está associada à gestão do território e ao património em articulação com todos os agentes de transformação que salvaguardam e valorizam os bens científicos e culturais. O património arqueológico é um recurso territorial que assume relevância para a memória das comunidades e para a sua sustentabilidade. Constituí ainda um testemunho com valor de herança, civilização e cultura e representa efetivos contributos para o exercício da construção da História da Humanidade, na compreensão da sua relação com o meio ambiente, paisagem e recursos.
Esta unidade curricular tem o objetivo de facultar a aquisição de competências teóricas e práticas para o exercício efetivo e profissional de atividades relacionadas com o património arqueológico, nas multidisciplinares ações de gestão, salvaguarda, valorização, disseminação e integração dinâmica nas políticas culturais num território, que podem ser traduzidas num trabalho de projeto, num estágio ou numa Dissertação para conclusão do Mestrado.
Os conteúdos programáticos abordam sucessivamente «Memória histórica e não-histórica», «Escrita das Histórias de Vida» e «Do Indivíduo à Família». Trata-se de uma Unidade Curricular localizada no terminus de um percurso curricular de 2.º ciclo. Daí, a especial complexidade relativamente a outras disciplinas teóricas, metodológicas ou historiográficas. O dinamismo das aulas, com ampla participação dos estudantes, afirma-se como essencial numa disciplina considerável como essencial no quase encerrar de um mestrado em História. Que assim, ao fechar, aos escolares seja facultado, em termos acessíveis, um panorama onde se afirme a diegese das vidas dos indivíduos e dos grupos familiares.
Na construção da história local e regional cruzam-se diferentes escalas de observação espaciais e temáticas. O passado de uma qualquer região, cidade, vila ou aldeia articula-se com a história do país e da época em que se insere, mutuamente dialogando e iluminando-se as identidades locais e as histórias nacionais. E numa história local e regional convergem as múltiplas abordagens temáticas do território e da paisagem natural, da população e povoamento, da sociedade, dos sectores produtivos, dos poderes, do património e das mentalidades, num exercício totalizante de fazer história. Esta história local e regional é claramente uma história aplicada, que fornece os conhecimentos para a execução de projetos em torno do património local, da organização de ecomuseus ou da valorização do turismo local. Nela se desenvolvem competências teóricas com grande capacidade prática de servirem para exercer estágios em instituições culturais locais e a elaboração do respectivo relatório final do mestrado ou a preparação de dissertações sobre os diferentes aspectos das valências patrimoniais e históricas locais.
Seminário de Investigação
10 ECTS
A experiência de docentes e alunos tem revelado que, chegados ao segundo semestre do mestrado, permanecem lacunas fundamentais que são necessárias colmatar. Estas carências são das mais variadas naturezas, e frequentemente tidas como já adquiridas pelos docentes, mas muitas vezes totalmente desconhecidas pelos alunos. De forma recorrente, estas lacunas são do foro prático, ligadas à estruturação e planeamento do trabalho, ao encadeamento das tarefas, ao tratamento da informação ou até de funcionamento de ferramentas básicas, mas quase sempre estruturais. Assim, no Seminário de Investigação, faz-se face a estes problemas na ótica dos projetos específicos a desenvolver, de forma a acicatar o espírito crítico, a capacidade de clarificação e a capacidade de hierarquização dos objetivos. Consegue-se, desta forma, dotar os alunos das ferramentas necessárias à elaboração de uma dissertação, de um projeto ou de um estágio de excelência, consolidando-se as suas competências tanto ao nível da investigação, como ao nível profissional.
São várias as razões por trás do insucesso na conclusão de alguns projetos de mestrado. Entre as mais comuns encontram-se a falta de planeamento estruturado, a antecipação dos problemas e sua adequada mitigação. Cada um destes elementos tem a capacidade, por si só, de fazer desmoronar uma boa ideia, mesmo quando a questão a abordar, os orientadores e o aluno são da melhor qualidade.
Assim, a fim de garantir o bom desenvolvimento e sucesso de cada projeto individual, dedica-se todo um semestre a delinear um plano claro e ajustado. Aplicam-se na prática (e por isso se consolidam) os conceitos e conhecimentos específicos chave necessários adquiridos noutras unidades curriculares, nomeadamente o de Seminário de Investigação. O aluno ganha, assim, crescente familiarização com o tema da dissertação, projeto ou estágio a desenvolver, explora o estado da arte e reflete criticamente sobre o tema a abordar, e elabora um plano detalhado com o respetivo cronograma.
Será mestre quem culminar o curso com a entrega, apresentação pública e aprovação do seu trabalho. Existem três vertentes que podem ser seguidas. Quem optar por uma dissertação deve demonstrar o estado da arte, formular o problema concreto que se propõe abordar, a metodologia seguida, os resultados obtidos, boa capacidade de os discutir e apresentar as principais conclusões. Quem optar por um Relatório de Estágio, deve fazer a sua identificação, caracterizar a organização e o responsável pelo seu acolhimento, o objetivo a que se propunha, o plano de trabalho definido para o alcançar e as expetativas da organização para o mesmo. Quem optar por um Projeto, deve identificar o problema específico a resolver, a arquitetura técnica e funcional da solução que visou encontrar, o plano de trabalhos desenvolvido e o respetivo resultado.
O trabalho desta UC é individual e realizado sob a orientação de um ou mais docentes a identificar.