Na era digital e de predomínio da imagem na propagação do que é novidade que vivemos na actualidade, como conseguir reconstituir um tempo diferente em que a cultura textual se sobrepunha à visual? Compreender uma realidade construída em tempo diferente, no quadro mental específico da época é o desafio que propomos na presente conferência.
Recuando ao tempo da expansão marítima europeia (séculos XV e XVI), procuraremos oferecer um contraponto entre as linguagens escrita e visual na descrição dos novos mundos, seus habitantes, espécies naturais, paisagens físicas e humanas, individualizando a situação portuguesa em confronto com as experiências de outras nações europeias.
O balanço apresentado procurará equacionar as razões da reduzida fortuna visual portuguesa entre a eventual estratégia de interdição da informação visual até à preferência pela expressão verbal e literária, em detrimento do recurso à imagem, como pilar definidor da cultura nacional em progresso.