A importância da parentalidade para o desenvolvimento e bem-estar da criança é reconhecido desde o início dos estudos em psicologia do desenvolvimento. Os modelos teóricos de estilos parentais, enquanto padrões educativos de socialização dos filhos e de coparentalidade, na forma como ambos os progenitores educam os filhos, devem ser compreendidos numa perspetiva ecológica, contextual e cultural. As diferenças existentes entre culturas coletivistas e individualistas têm sido associadas a diferentes resultados quanto a ajustamento psicossocial da criança, porém, são ainda poucos os estudos que se debruçam sobre a relação entre estas variáveis em diferentes contextos lusófonos. Apresentamos um resumo de diversas investigações desenvolvidos em Portugal, Brasil e Angola acerca dos determinantes da parentalidade e impacto no desenvolvimento e ajustamento da criança. Os resultados encontrados contribuem para a reflexão acerca da abrangência dos modelos teóricos, considerando a complexidade inerente ao funcionamento familiar em realidades socioculturais distintas da comunidade lusófona.
