CONFERÊNCIA | HISTÓRIA COMPARADA DA ARTE E LITERATURA

29 Mai 2024 - 18:30

Auditório 1

Desde o alvor da literatura portuguesa em fins do século XIII com as cantigas medievais, o mar e a navegação têm ocupado um lugar destacado na imaginação literária e histórica de Portugal.  No decorrer dos séculos até ao século XVI, um século que testemunha uma prática incessante de viagens náuticas portuguesas nos mares do mundo, o viajar oceânico exerce um poder formidável sobre escritores, cosmógrafos, cartógrafos, e estudiosos nas suas cosmovisões e maneiras de conceber o conteúdo dos seus próprios trabalhos.  Se bem podemos considerar, por um lado, Os Lusíadas como uma expressão culminante do imaginário marítimo português, por outro temos que reconhecer que Camões viveu e trabalhou dentro de um contexto cultural fortemente virado para o mar e a realidade empírica das viagens ultramarinas.

 

Nesta comunicação, estudar-se-á a filologia, campo de estudo humanístico por excelência, como uma maneira e metáfora de entender o que se poderia chamar “o saber do mar.”  Através de uma análise de textos – na maior parte, textos literários e históricos portugueses – em que se evidenciam uma preocupação com o domínio marítimo, propor-se-á um esboço de uma gramática do mar, ou seja, uma maneira de construir os discursos textuais como reflexões de uma forma mentis oceânica.

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