O envelhecimento populacional e consequentes alterações demográficas e estruturais da sociedade portuguesa, determinam o aparecimento de novas realidades, para as pessoas mais velhas, que obrigam ao desenvolvimento de novas estratégias de intervenção. Sabendo que mais de metade da população apresenta já deterioração cognitiva, o desafio atual coloca-se em encontrar as respostas mais adequadas a este novo contexto. As intervenções farmacológicas disponíveis, até à data, não têm apresentado resultados terapêuticos satisfatórios, assim como as intervenções não-farmacológicas, embora alguns estudos refiram benefícios com a junção dos dois tipos de intervenção. Em relação às terapêuticas não-farmacológicas, será de mencionar, que existem vários tipos de abordagens, nomeadamente, programas de atividade física, treino cognitivo, reabilitação cognitiva, intervenções psicológicas, aromaterapia, musicoterapia, reabilitação cognitiva, estimulação cognitiva, terapia da reminiscência, entre outros tipos de intervenção. O Programa de Estimulação Cognitiva (PEC) implementado nos Equipamentos sociais de Idosos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, parte do princípio que é através do bem-estar que se conseguem alcançar ganhos cognitivos e não ao contrário. Partindo do pressuposto que qualquer intervenção só tem impacto se tiver significado para a pessoa a quem se dirige, este PEC tem em conta os gostos e interesses dos participantes, propondo atividades devidamente contextualizadas e estruturadas, de forma a dar-lhes sentido. As Oficinas de Estimulação Cognitiva da SCML, têm demostrado que este tipo de intervenção, para além de trazer ganhos no funcionamento cognitivo dos participantes, revela ainda ganhos ao nível do bem-estar e das relações interpessoais que foram além do expectável.