Esta apresentação procura contribuir para o debate sobre a posição da Companhia de Jesus face ao processo de conquista e cristianização que o império espanhol tentou implantar nas regiões do sul do Chile, onde os índios mapuches mantiveram uma resistência militar e uma autonomia política seculares. Esta posição oscilava entre, por um lado, a esperança e o entusiasmo perante qualquer sinal dos indígenas que apontasse para o que eles entendiam – ou queriam entender – como uma eventual aceitação do Evangelho e dos ritos cristãos; e, por outro lado, a frustração missionária perante a evidência de que a “agência” indígena, que se implantara num território autónomo e rebelde desde que a grande revolta de finais do século XVI arrasou com toda a presença espanhola a sul do rio Biobío, acabaria por ser incluída no comportamento de um universo humano descrito como “bárbaro” e “selvagem”, incapaz de ser incorporado na salvação cristã… embora fosse possível ser batizado.