O desenvolvimento económico é ainda generalizadamente considerado como um dos pilares do desenvolvimento humano. Contudo, as consequências resultantes dos limites naturais existentes são cada vez mais visíveis e o mundo hoje, cada vez mais preenchido, não é comparável com aquilo que havia sido idealizado numa perspetiva de manter um crescimento sustentado de rendimentos. O crescimento económico apenas contribui positivamente para o bem-estar até um determinado ponto, sendo que a partir daí o contributo será negativo, uma vez que os custos associados serão superiores aos benefícios obtidos. Por outro lado, a desmaterialização da economia, associada ao avanço tecnológico e à substituibilidade entre capital natural e manufaturado constituem soluções para garantir a sustentabilidade do crescimento económico e da sua sustentabilidade no processo de desenvolvimento económico e social. Neste contexto, o desenvolvimento e aplicação de indicadores de sustentabilidade surge como uma ferramenta essencial para captar as diferentes perspetivas e aspetos associados ao desenvolvimento e ao bem-estar, e para evidenciar o padrão de evolução de um país. É discutida a relação do índice de bem-estar económico sustentável (IBES) com outros indicadores, nomeadamente, a pegada ecológica, as poupanças e o índice de desenvolvimento humano, de forma a captar e discutir diferentes perspetivas da sustentabilidade. Tem-se observado um afastamento gradual do comportamento de crescimento da economia portuguesa com o IBES. Repara-se que as componentes que mais afetam o valor final são, e.g. os serviços, o trabalho doméstico, os efeitos da desigualdade de distribuição de rendimentos, a depleção de recursos não renováveis os serviços e os bens duradouros, a despesa privada em bens duradouro, os danos ambientais de longo prazo e a variação líquida da posição internacional. Realiza-se ainda uma análise de sensibilidade às componentes que mais pesam no valor final deste indicador. Tem-se verificado um afastamento gradual do comportamento de crescimento da economia portuguesa com o índice de bem-estar económico sustentável. Esta é a génese desta intervenção do orador.
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