Tendo como enquadramento global a Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (UNFCCC), de 1992, e os diferentes instrumentos a que deu origem (como o Protocolo de Quioto e posteriormente o Acordo de Paris), a estratégia de combate às alterações climáticas tem-se centrado até hoje numa tentativa de limitação e redução de emissões de gases com efeito de estufa, expressas em equivalentes de dióxido de carbono..
Apesar deste esforço, as emissões globais continuaram a subir de forma permanente, existindo hoje um consenso científico alargado sobre o facto de já não ser suficiente a manutenção de uma estratégia centrada apenas na tentativa de diminuir as emissões de GEE. Segundo a UNEP Emissions Gap Report de 2024, em qualquer dos cenários estudados “será necessária uma futura e dispendiosa remoção em larga escala de dióxido de carbono da atmosfera para atenuar a ultrapassagem das metas de Paris.” Ou seja, perante um problema de excesso de stock de GEE acumulado na atmosfera, reduzir emissões e/ou abordar apenas os fluxos será sempre insuficiente para evitar pontos de não-retorno.