
Mensagem do Presidente do Conselho de Administração
Completam-se no dia 13 de dezembro de 2021 36 anos sobre a data da criação da Cooperativa de Ensino Universitário – CEU, CRL e da instituição da Universidade Autónoma de Lisboa, Luís de Camões.
Importa por isso que esse ato fundacional seja devidamente assinalado por todos quantos trabalham na CEU e em qualquer dos seus Estabelecimentos de Ensino e muito especialmente pelos que estão investidos da honrosa responsabilidade de assegurar o seu funcionamento.
Infelizmente, no ano corrente de 2021, mais uma vez, a comemoração de tão feliz data não pode assumir a solenidade de outros anos, em decorrência da situação de Pandemia que tem afetado todo o Mundo e continua a condicionar algumas das nossas atividades.
Assim, será através desta Mensagem, que o Presidente do Conselho de Administração da CEU e o Reitor da Universidade Autónoma procurarão convocar os Colaboradores e a Comunidade Académica para a importância desta efeméride.
No que a CEU diz respeito, enquanto Presidente do Conselho de Administração da Entidade Instituidora da UAL e que assegura a sua gestão, bem como dos restantes estabelecimentos de ensino que tutela – Escola Superior de Enfermagem de São Francisco das Misericórdias, Autónoma Academy e Instituto de Artes e Ofícios – cumpre-me a todos saudar com a maior estima agradecendo o valioso contributo que, diariamente, através do vosso trabalho, aportam à Instituição.
Tenho também o dever – que é sobretudo uma honra muito gratificante – de recordar saudosamente os “Pais Fundadores”, ou seja, aqueles que em boa hora decidiram, no dia 13 de dezembro de 1986, criar a Cooperativa de Ensino Universitário e instituir a Universidade Autónoma de Lisboa, Luís de Camões.
Recordamos a sua iniciativa, saudamos a sua determinação e assinalamos o espírito que os animou.
Hoje procuramos dar continuidade aos trabalhos que os fundadores iniciaram e que outros entretanto prosseguiram ao longo de quase quatro décadas de grande dedicação.
Exemplos claros dessa continuidade que procuramos assegurar estão nas propostas de criação de novos Ciclos de Estudos e de uma forma bem significativa na integração no ano de 2021 no universo da CEU, da Escola Superior de Enfermagem de São Francisco das Misericórdias cujos alunos, docentes e colaboradores saudamos afetuosamente.
A vida das Instituições como a CEU é feitas de trabalho, de dedicação, de conjugação de esforços e de vontades. Nem sempre os resultados alcançados são os que se desejavam. Mas o importante é não desistir, é perseverar, é prosseguir com a ideia firme de afirmar a Instituição e os valores que estiveram na base da sua criação.
Importa salvaguardar o caminho entre o passado que nos orgulha e acompanha o presente, sempre fugaz que vivemos de forma empenhada e o futuro que a todo o tempo nos desafia.
Esse é o propósito firme dos Órgãos Sociais da CEU.

António de Lencastre Bernardo
Presidente do Conselho de Administração
Mensagem do Reitor da Universidade Autónoma de Lisboa
O 36º aniversário da Universidade Autónoma de Lisboa Luís de Camões começou por me suscitar uma dúvida sobre se deveríamos celebrá-lo ou comemorá-lo.
Celebrar, na sua expressão mais corrente, significa “realizar cerimónia ou festa, para assinalar algo importante”, enquanto Comemorar significa fundamentalmente lembrar, recordar ou trazer à memória, mas em conjunto.
A situação pandémica que vivemos nos últimos tempos, e que continua a perturbar-nos, não impede, antes robustece, a Comemoração.
E fazê-lo é lembrar, antes de mais, todos os que, ao longo destes trinta e seis anos, a começar pela Entidade Instituidora, CEU, e todos os seus Conselhos de Administração, Reitoria, Docentes, Pessoal não Docente e, sobretudo, estudantes, permitiram que se chegasse aqui, hoje e agora.
E ao percorrer esses tempos, damo-nos conta da capacidade de resistência e de adaptação às mudanças sociais, legislativas e de condições económicas- financeiras, que permitiram que a UAL se tenha firmado no contexto do Ensino Superior.
Essa adaptação foi particularmente posta à prova no ano letivo que findou, já na sequência das dificuldades do ano letivo precedente, com um resultado notável, fruto da capacidade de organização do Conselho de Administração da CEU, a par do grande entrosamento com as Autoridades Académicas da UAL, mas, sobretudo, com o grande sentido de responsabilidade e dedicação que docentes, investigadores, pessoal não docente e, não menos relevantemente, os estudantes, evidenciaram.
E, se outro motivo não houvesse, esse seria suficiente para também celebrarmos o 36º aniversário e, em particular, o último ano letivo. É certo que celebrar pressupõe, de algum modo, uma organização solene, com a presença de todos e isso, até por uma inalienável responsabilidade social, quer institucional, quer individual, não pode nem deve ser concretizado neste momento.
Mas se, de facto, o que move uma celebração é um motivo comum a um conjunto, então, a celebração não se pode confinar a um ponto no tempo, desde que o espírito que lhe subjaz se mantenha vivo.
E esse é o desafio que o Reitor faz a todos. É que este 36º aniversário ocorre num momento de viragem no Ensino Superior, como é bem reconhecido pelas Instituições Europeias, de tal modo que um dos objetivos da Comissão Europeia para 2022 é o desenvolvimento de uma estratégia para as universidades, a publicar no 1º trimestre de 2022.
A Associação Europeia de Universidades (EUA), de que a UAL é membro, na resposta à consulta pública que a Comissão Europeia submeteu a este propósito, reflete bem as caraterísticas desta mudança que já se vinha sentindo e que a Pandemia apenas acelerou.
Seja-me permitido salientar algo que aí enforma, e bem, toda a perspetiva que essa mudança encerra:
– A estratégia a seguir deve ter como objetivo contribuir para fortalecer a sua missão no sentido de prestar um melhor serviço à sociedade.
Para isso, é preciso garantir às universidades princípios inalienáveis de autonomia, mas uma autonomia responsável perante essa sociedade cujos fins deve servir, designadamente com a criação de processos integrados de ensino/aprendizagem, investigação, inovação e cultura (deixem-me salientar este ponto), em interação constante com a sociedade.
Este não é o local próprio para aprofundar toda a complexidade que a transformação impõe, mas seja-me ainda permitido chamar somente a atenção para a defesa intransigente da interdisciplinaridade que, “mais do que focar-se maioritariamente na inovação tecnológica através da investigação, se deve centrar na capacidade de inovação dos estudantes e dos docentes, devendo as universidades ser um ponto de inovação social, de inovação aberta e de um processo também inovador de ensino e aprendizagem” (tradução livre).
E este é o desafio que a todos proponho como celebração continuada e vivida deste 36º aniversário.
É certo que vamos ter muitos “escolhos”, já que dependemos muito da evolução do ambiente legislativo e regulatório que, como bem refere a EUA, tem de ser alterado por já não se ajustar às mudanças necessárias. Se atentarmos bem na citação anterior, a palavra chave foi inovação, sem nunca esquecer que, na sua base, está a investigação. Mas, a experiência da UAL revela, sem qualquer ambiguidade, que propostas inovadoras são frequentemente coartadas por aspetos regulatórios que permanecem imutáveis.
Mas a nossa missão não pode ser traçada com os olhos nesses “escolhos”, se antes, dentro da nossa comunidade, não ultrapassarmos os silos em que nos confinamos vezes demais, numa cooperação que ainda está bem longe do desejável.
O Conselho de Administração da CEU e a Reitoria, em sintonia nunca posta em causa, não se furtarão a esforços para que a missão universitária possa ser concretizada.
Contando com todos e cada um, permito-me terminar como acabei a minha intervenção na celebração (essa ao vivo) do 30º aniversário da UAL:
“A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é preparação para a vida. É a própria vida!” (John Dewey).
Vivamo-la, pois, com esperança, determinação e solidariedade.

José Amado Silva
Reitor da Universidade Autónoma de Lisboa